domingo, 25 de março de 2012

Inominável

Que sensação maravilhosa! Como dar nome a esse pulsado forte de um coração que insiste em não acompanhar o compasso descompassado das minhas razões? Como posso denominar essa teimozia de minhas lágrimas ansiosas e insistentes em cair quando ouço aquela música?... É, aquela música que lembrava nós dois quando estávamos felizes ou tristes. Ah, aquela melodia usada para derreter qualquer indício de fúria que acompanhava uma leve ruga em sua testa quando ousava tentar começar uma discussão que sutilmente resultava em um beijo apertado e quente findando todo e qualquer sofrimento.

Lembro dos momentos em que agíamos como crianças bobas rindo à toa de qualquer bobagem lida ou vista na televisão, daqueles momentos nos quais o riso era demasiado quando fazíamos brigadeiro para acompanhar o filme de comédia romântica em pleno sábado à noite.

Como é o nome disso que sentimos quando ficamos embriagados com o cheiro impregnado em nossa roupa depois do abraço apertado e longo num dia chuvoso na sala de estar ou no quarto escuro?
Ai, como eu queria lembrar... O nome... O significado... O sentido...
Ai, como eu queria que alguém soubesse de fato dar um único nome a isso tão gostoso...

Queria Drummond, Rosa, Freud, minha avó, alguém que soubesse me dizer o nome desse sentimento que invade o meu pensamento, os meus sonhos, minhas escritas, meu inspirar e meu suspirar.
Penso que o nome eu já tenha vivido, sentido, mas hoje, disso tudo tenho apenas saudades.
A resposta encontrarei na vida. No futuro. Numa esquina. Dentro de mim.